As alterações climáticas têm criado condições propícias para a proliferação de patógenos, aumentando a pressão das doenças e impactando a produtividade das lavouras. Nos últimos anos, o complexo de doenças da soja tem causado grandes prejuízos aos produtores, exigindo uma abordagem preventiva e bem planejada.

Diante desse cenário, é importante trabalhar a construção da sanidade das lavouras e, para isso, respeitar o tempo certo de aplicação dos fungicidas é fundamental. Com base nesse contexto, entenda como o planejamento do manejo fitossanitário e a antecipação aos possíveis riscos, visando o controle preventivo de doenças, pode ser fundamental para proteger o potencial produtivo e alcançar bons resultados nesta safra.

Leia também:

Ecossistema dos campos de soja: controlando ameaças do ambiente

O manejo de doenças da soja na prática: 5 ações para 5 problemas

Complexo de doenças da soja: sintomas, danos e manejo

Panorama da interferência climática nas doenças da soja

A safra 2023/24 foi marcada pela influência do fenômeno El Niño que gerou instabilidades climáticas como a restrição hídrica no Centro-Oeste, no Sudeste, no Norte e no Nordeste, além do aumento da pluviosidade no Sul. Foram registradas perdas expressivas na produtividade de diversas culturas, incluindo a soja, especialmente quando as doenças atingiram a planta nos estádios reprodutivos.

Segundo o boletim do Clima Tempo, as previsões indicam que a ocorrência do fenômeno La Niña terá fraca intensidade e curta duração, o que pode acarretar chuvas mais regulares no Cerrado e nas demais regiões. No extremo Norte e Sul do país, as instabilidades serão mais pontuais.

A estimativa é de que as temperaturas se manterão na normalidade e poderão formar corredores de umidade no interior do Sudeste e do Centro-Oeste, que migrarão para o centro-norte do país, o que poderá favorecer o desenvolvimento de doenças. No interior do Rio Grande do Sul, em São Paulo e em Mato Grosso do Sul, poderão ocorrer veranicos, porém sem causar grandes impactos.

Mesmo com previsões moderadas, é essencial que os produtores mantenham a atenção ao planejamento, priorizando a construção da sanidade da lavoura para minimizar os prejuízos e obter uma safra produtiva. Para isso, vamos entender um pouco sobre a dinâmica das principais doenças da soja e quais prejuízos elas podem causar.

  • Mancha-alvo (Corynespora cassiicola): a incidência da mancha-alvo tem aumentado nas últimas safras. Essa doença causa desfolha precoce e, em alguns casos, pode comprometer as raízes. Em regiões de alta umidade, as perdas de produtividade podem chegar a 40%.
  • Cercosporiose (Cercospora kikuchii) ou crestamento foliar: causa crestamento foliar e desfolha precoce, mas, além das folhas, pode acometer as sementes, causando a mancha-púrpura. Esse patógeno está disseminado por todo o Brasil, em especial nas regiões quentes e com altos índices de pluviosidade, podendo causar perdas de até  30% na produtividade.
  • Septoriose (Septoria glycines) ou mancha-parda: essa doença está amplamente disseminada no Brasil e os sintomas mais intensos se apresentam no estádio final de enchimento de grãos, podendo causar desfolha e maturação precoce da planta, colaborando para perdas de até 40% na produtividade.
  • Antracnose (Colletotrichum truncatum): é uma doença que provoca a morte de plântulas, desfolha precoce e redução no número de vagens. Com maior incidência no ciclo reprodutivo, pode causar perdas de até 100% em condições de alta umidade. Esse fungo possui uma ampla gama de hospedeiros, o que favorece sua disseminação por todas as regiões do país.
  • Podridão de vagens e grãos (anomalia da soja): é uma doença causada por um complexo de patógenos que compromete o final do ciclo, causando o apodrecimento das vagens e dos grãos, resultando em perdas de até 50%. Na safra 2023/24, se expandiu do Mato Grosso para o Mato Grosso do Sul, parte do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e São Paulo.
  • Ferrugem-asiática (Phakopsora pachyrhizi): é uma doença agressiva que pode provocar a desfolha precoce e prejudicar a formação dos grãos, causando perdas de até 90% de produtividade. Na safra 2023/24, a ferrugem-asiática ocorreu mais cedo e com maior pressão, principalmente na região Sul. Foram 324 ocorrências no país, 29 a mais que na safra anterior.
  • Oídio (Erysiphe diffusa): essa doença se desenvolve em condições de baixa umidade e temperaturas amenas, por isso, prevalece no Rio Grande do Sul, mas também está presente em outras regiões do país. Os sintomas, caracterizados por uma camada foliar esbranquiçada que leva à desfolha, são mais frequentes no início do florescimento e podem provocar perdas de até 35%.
Condições climáticas que favorecem a ocorrência das principais doenças da soja. Fonte: Mais Agro.

Para um controle efetivo dessas doenças, é importante combinar ferramentas de manejo integrado, como a rotação de culturas, o uso de cultivares resistentes, a eliminação de restos culturais, o respeito ao vazio sanitário, com o controle químico, construindo a sanidade da lavoura desde a semente até a colheita. 

Como construir a sanidade da lavoura de soja?

O sucesso no controle das doenças da soja depende de vários fatores, entre eles, que as aplicações de fungicidas sejam feitas nos momentos corretos. Iniciar o manejo no período recomendado com produtos adequados permite a deposição ideal dos fungicidas, prevenindo doenças e mantendo um residual eficaz. 

Para construir a sanidade da lavoura, é preciso começar pelo tratamento de sementes, passar pelas aplicações no estádio vegetativo, no estádio reprodutivo, buscando manter a proteção até a fase final de desenvolvimento da lavoura.

O tratamento de sementes com fungicidas proporciona uma proteção inicial contra os patógenos que podem estar presentes no solo ou nas próprias sementes. Esse tratamento ajuda a prevenir o surgimento de doenças desde a fase de germinação, protegendo a planta nos primeiros estágios de desenvolvimento, quando é mais vulnerável a ataques de fungos. 

Já a aplicação zero envolve o uso de fungicida entre 15 e 25 dias após a emergência (DAE) da soja, quando o efeito do tratamento de sementes começa a diminuir e a planta fica mais vulnerável aos patógenos. Estudos comprovam que a aplicação feita até 30 dias após a emergência da soja (DAE) impacta significativamente a ocorrência das DFCs, aumentando a taxa de controle em 18% em relação às aplicações mais tardias.

A técnica de aplicação antecipada, por sua vez, pode ser realizada a partir de 30 DAE com fungicidas de amplo espectro, com o objetivo de aumentar a proteção contra uma vasta variedade de patógenos, além de contribuir para a manutenção da durabilidade das tecnologias por meio do manejo antirresistência. 

Outra etapa de grande importância para a construção da sanidade da lavoura são as aplicações no estádio reprodutivo (pré-fechamento), feitas a partir dos 45 DAE e com o intervalo de 14 dias entre as aplicações, pois nessa fase a pulverização ainda atinge o baixeiro das plantas com boa cobertura das folhas, reforçando a proteção contra as doenças.

Por último, mas não menos importante, as últimas aplicações, após os 70 DAE, não podem ser negligenciadas, pois, além de oferecerem proteção contra doenças específicas do final do ciclo da soja, são essenciais para reduzir a pressão de patógenos na área de cultivo.

Além das aplicações nos momentos corretos, a construção da sanidade da lavoura de soja passa pela escolha de fungicidas adequados para cada momento de aplicação, com amplo espectro, boa seletividade e maior residual. A seguir, apresentamos os fungicidas potentes que a Syngenta desenvolveu para a construção da sanidade da soja.

ALADE®: o melhor em qualquer situação

ALADE® é um fungicida que se destaca por sua formulação exclusiva, composta por três ingredientes ativos de alta eficácia que proporcionam um amplo espectro de controle contra as principais doenças da soja, como antracnose, oídio, cercosporiose, septoriose e a podridão de vagens e grãos (anomalia da soja). São eles:

  • solatenol: uma carboxamida moderna que oferece controle preventivo com excelente aderência e penetração foliar, agindo de forma translaminar para oferecer proteção prolongada.
  • ciproconazol e difenoconazol: dois triazóis sistêmicos que, combinados, tornam esse produto altamente seletivo.

Outro diferencial de ALADE® é a formulação inovadora Empowered Control®, que dispensa o uso de adjuvantes, maximizando o controle das principais doenças da soja, oferecendo maior conveniência e simplificando a aplicação.

Seus principais benefícios são:

  • Consistência: o maior espectro de controle do mercado.
  • Máxima proteção: melhor efeito preventivo com solatenol.
  • Dupla ação sistêmica: sinergia entre dois triazóis seletivos e de alta performance.
  • Conveniência: formulação com tecnologia Empowered Control® que eleva o controle.

ALADE® pode ser posicionado já nas aplicações antecipadas à partir dos 30 DAE, ou nas aplicações no estádio reprodutivo até os 70 DAE. Essa flexibilidade permite construir a sanidade da lavoura com uma proteção que se inicia mais cedo e permanece ao longo do ciclo da soja.

MITRION®: onde tem potência, não tem doença

MITRION® é um fungicida de alta performance composto por dois dos ingredientes ativos mais potentes no mercado: o solatenol, com efeito preventivo, e o protioconazol, conhecido por sua eficaz ação sistêmica, controlando o patógeno no início da infecção. Essa combinação proporciona controle superior de manchas foliares, especialmente mancha-alvo, ferrugem-asiática e podridão de vagens e grãos (anomalia da soja).

Os benefícios de MITRION® são:

  • Combinação inovadora: os dois ativos mais potentes do mercado.
  • Máxima potência: controle superior contra manchas e ferrugem.
  • Controle superior: melhor efeito preventivo e curativo.
  • Conveniência: formulação com tecnologia Empowered Control® que eleva o controle.

MITRION® é recomendado para aplicação durante o período reprodutivo da soja, antes dos 70 DAE. Podem ser realizadas até duas aplicações, respeitando um intervalo mínimo de 14 dias entre elas, aumentando a eficácia do controle.

Desse modo, fica claro que o manejo adequado do complexo de doenças da soja depende de uma estratégia integrada que inclua o uso correto dos fungicidas. Aplicações no tempo certo e o uso de produtos de amplo espectro, seletivos e potentes são práticas essenciais para garantir a produtividade e construir a sanidade da lavoura.

A Syngenta está ao lado do produtor rural em todos os momentos, oferecendo as soluções necessárias para construirmos, juntos, um agro cada vez mais inovador, rentável e sustentável. 

Confira a central de conteúdos Mais Agro para ficar por dentro de tudo o que está acontecendo no campo. 

,